Sobre Biu

01:09

Há pouco mais de oito meses eu perdia painho e o meu desejo era só um: já que não dá para tê-lo novamente, que o tempo passe rápido e amenize a dor. O tempo passou, a garganta ainda dói e não tem uma hora do dia que eu não pense no danado!



Já sonho com ele sem me assustar. Já senti a presença dele sem me incomodar. Já até imaginei o abraço dele pra me confortar. Real ou fantasia, não importa. Coisa minha ou nossa.

O velho não foi perfeito. Mas o tempo, o mesmo que ameniza a dor da morte, conseguiu anular as dores da vida. A saudade é clara, hoje, e não vou cansar de repetir isso toda vez que eu achar necessário. Escrever é um escape, principalmente para me lembrar das coisas boas, do orgulho que ele tinha da gente, do riso frouxo, dos olhos verdes, do cabelo cinza e do "bibite" que ele falava na cadeira de roda enquanto eu levava ele pra fazer exames no hospital. Era a buzina!

Saudade ainda faz o corpo tremer, dá febre e me faz perder o sono numa madrugada de quarta-feira. 

You Might Also Like

0 comentários

Subscribe