Entre as montanhas cobertas por neve e sensação térmica de -22º, chegamos no Scandinave Spa. A partir daí o meu comportamento mudou. Gelei! Assim que entrei, começaram as recomendações: aqui não somos equipe, cada um é por si só; não é permitido conversar; não pode usar celular nem câmera fotográfica. Caia nas piscinas e curta.

A proposta é trabalhar com o choque térmico e, consequentemente, relaxar. As piscinas quentes chegavam a 39º. As geladas, não cheguei nem perto. Confesso que não consegui aproveitar da melhor forma possível. Senti falta do churrasquinho na beira da piscina, da cerveja e do pagode. Coisa de brasileiro cafuçu que não tem prática em assuntos refinados.

Quando o couro já não aguentava mais a temperatura da água, eu saia, vestia o roupão e desfilava pela neve até me alojava em uma das saunas para pensar na vida. Em silêncio, ouvindo musiquinha relaxante, pensei tanto que até chorei em determinados momentos. 

Foi, sim, uma experiência incrível, que nunca imaginei passar, mas que tive o privilégio de viver. Não pude registrar o momento de forma material, mas na minha memória afetiva terei guardado para sempre o dia em que pude me isolar do mundo a ponto de ninguém me observar nem eu observar ninguém. Cada um no seu mundo, respirando ar puro (gelado) e colocando o juízo no lugar, de uma forma bem particular. Foi massa!